DIGITALIZAÇÃO
IA ainda é a pauta do momento?
Para quem esteve no Brazilian Week em Nova York no início do mês, não ficou dúvida:
A inteligência artificial ainda é uma pauta estratégica para as empresas.
Do palco do evento de tecnologia às salas reservadas dos encontros promovidos por bancos de investimento, a IA dominou as conversas como um imperativo estratégico.
O consenso é claro: entender, testar e aplicar IA será um dos principais diferenciais competitivos da próxima década.
É fato que a maioria ainda se contenta em explorar o ChatGPT para tarefas operacionais. Mas o campo de jogo está se expandindo de forma acelerada.
Agentes de voz baseados em IA já estão sendo aplicados em contextos verticais – e o mercado imobiliário é terreno fértil para essa adoção.
Tudo começa pela substituição de tarefas humanas repetitivas com ROI evidente (“AI como força de trabalho”).
O passo seguinte é a entrada em mercados difíceis, como um “Cavalo de Troia” conversacional, que gera um ativo riquíssimo de dados qualitativos em tempo real.
Por fim, caminhamos para uma fronteira onde o diferencial será a inteligência emocional.
No contexto imobiliário, isso significa sair do chatbot básico para soluções que entendem o tom de voz de um cliente, personalizam a jornada de compra em tempo real e até antecipam objeções antes que elas sejam verbalizadas.
É um shift do transacional para o relacional, com potencial de transformar completamente a forma como interagimos com leads, clientes e parceiros em larga escala.
Para quem quiser se aprofundar neste ponto, recomendo este artigo da NFX.
Outro campo promissor está nos canteiros de obras:
Um exemplo concreto (literalmente) de como a IA está se materializando em aplicações profundas no setor da construção é o caso da Converge.
A startup britânica que acaba de levantar uma rodada de US$ 22 milhões para acelerar a descarbonização do concreto usando inteligência artificial.
A empresa utiliza sensores e algoritmos para prever, em tempo real, o comportamento do concreto durante a cura, permitindo uma redução expressiva no uso de cimento – um dos maiores emissores de carbono da cadeia.
A promessa é dobrar a eficiência na obra e cortar significativamente a pegada de carbono.
Esse tipo de solução representa uma nova geração de tecnologias que não apenas digitalizam o canteiro, mas o tornam mais inteligente, sustentável e alinhado com as exigências ESG dos investidores institucionais.
Mas talvez o uso mais transformador da IA seja um que poucos estão vendo.
Para os líderes que pensam além do hype, o projeto AI 2027 (sugestão de um de nossos leitores) oferece um mapa robusto do que realmente está em jogo:
A inteligência artificial não será apenas uma ferramenta, mas uma nova camada fundamental da infraestrutura de negócios e da sociedade.
O estudo propõe que até 2027, as empresas mais bem posicionadas não serão aquelas que apenas “usam IA”, mas sim aquelas que redesenharam seus modelos mentais, estruturas organizacionais e proposições de valor a partir do que a IA torna possível.
A mensagem para quem empreende, investe ou lidera negócios no setor é direta:
IA não deve ser apenas mais um item da pauta de inovação. Ela precisa estar no centro do motor estratégico da sua operação – seja para ganhar eficiência, destravar novos produtos ou antecipar tendências.