A combinação entre eficiência energética e inteligência artificial está prestes a redefinir os padrões de desenvolvimento imobiliário.

Um novo report da International Energy Agency mergulha nas aplicações reais de IA no setor energético, revelando oportunidades para o mercado de construção, incorporação e investimentos em real estate.

Neste artigo, resumimos os principais insights do report “Energy & AI: Unlocking the Real Estate Opportunity” para que você compreenda o que está em jogo — e como se posicionar.

De onde vem a oportunidade?

A infraestrutura energética global está envelhecida e opera com baixa eficiência.

Só nos Estados Unidos, 75% dos imóveis residenciais e 60% dos comerciais têm mais de 20 anos de construção. Isso implica um volume gigantesco de desperdício energético — e um campo fértil para a transformação via dados, automação e IA.

Mas não se trata apenas de uma questão ambiental. A regulação (como as exigências do Inflation Reduction Act nos EUA), o custo operacional e o acesso a funding também estão tornando a eficiência energética um ativo estratégico para quem atua no setor imobiliário.

O papel da IA no “shift” energético dos imóveis

1. Eficiência de sistemas

A IA pode automatizar o controle e a operação de sistemas de HVAC, iluminação, eletrodomésticos e equipamentos industriais com base em dados em tempo real, reduzindo consumo e custos.

2. Previsibilidade de demanda

Modelos preditivos estão ajudando tanto os operadores de infraestrutura quanto os consumidores finais a antecipar picos de uso, precificar com mais inteligência e tomar decisões mais assertivas.

3. Monitoramento e manutenção preditiva

Sensores e algoritmos de machine learning permitem detectar falhas antes que elas ocorram, otimizando manutenção e evitando paradas que impactam o desempenho dos ativos.

4. Gestão distribuída de energia

Com a descentralização da geração energética (como painéis solares, baterias e veículos elétricos), a IA é fundamental para orquestrar fluxos e maximizar a eficiência de micro-redes, edifícios e cidades inteiras.

Para quem essas mudanças importam?

A disrupção não está apenas no plano tecnológico. Ela exige que os principais players do setor se reposicionem. As oportunidades mapeadas no report tocam diretamente:

• Incorporadoras e construtoras que buscam diferenciação, eficiência operacional e maior atratividade para investidores;
• Gestores de ativos e fundos imobiliários interessados em aumentar o retorno de seus portfólios por meio de retrofit e upgrades energéticos;
• Empresas de tecnologia e IA com soluções voltadas para smart buildings, ESG e automação;
• Investidores early‑stage atentos à nova leva de startups que combinam energia, dados e imobiliário.

O movimento já começou

O report também traz exemplos de soluções emergentes e startups investidas por grandes players, como a Grid Edge (IA para previsão de demanda energética) e a Kelvin (otimização de sistemas prediais).

O recado é claro: não se trata de uma visão futurista, e sim de uma transformação em curso.

Outros insights do report

🔌 Pressão dos data centers

Data centers de IA consomem energia equivalente a 100 mil residências.
Novos projetos podem consumir o equivalente a 2 milhões.
Isso afeta localização, regulação e funding de empreendimentos.

🛡️ Risco e defesa cibernética

Setor de energia sofre +1.500 cyberataques/semana.
IA melhora detecção de falhas em tempo real e aumenta a resiliência dos ativos.

🌐 Desigualdade digital

Só 10% dos data centers estão em países emergentes.
Mais de 50% dos usuários da internet vivem neles.
Isso freia a adoção de IA localmente — mas abre espaço para quem souber investir.

🧪 Inovação energética via IA

IA acelera desenvolvimento de baterias, painéis, cimento de baixo carbono.
Só 2% dos investimentos em energia vão para startups com IA — mercado subexplorado.