30/4/25

Adaptavate atrai £27 mi para acelerar tecnologia de construção de baixo carbono

Adaptavate capta £27 mi para escalar blocos de cânhamo e cal, avançando a construção de baixo carbono globalmente.

Este conteúdo foi trazido na edição #128 do Radar Terracotta. Acesse aqui

A Adaptavate, construtech britânica especializada em materiais bio-based, anunciou nesta semana uma rodada pré-Series A de £27 milhões, liderada pela Sustainable Ventures e Barclays Sustainable Impact Capital.

O aporte vai viabilizar a abertura de quatro novas fábricas — duas no Reino Unido e duas nos EUA — e elevar a produção anual para mais de 20 000 unidades habitacionais.

Instalação da fábrica da Adaptavate

Um passo decisivo para reduzir o carbono incorporado

No setor da construção, cerca de 37 % das emissões globais de CO₂ vêm dos materiais e processos. Tradicionalmente, cimento, poliestireno expandido e lã de vidro dominam o mercado, mas deixam um legado de “carbono incorporado” altíssimo.

A solução da Adaptavate substitui parte destes insumos por cânhamo (cultivo anual que restaura a qualidade do solo) e cal natural, que juntos podem sequestrar até 10 kg de CO₂ por metro quadrado de parede construída.

Reconhecidos pelo British Board of Agrément (BBA) e pelo Passive House Institute, os DualFix® Blocks apresentam condutividade térmica de apenas 0,08 W/mK, garantindo conforto sem sistemas mecânicos caros. Já os revestimentos à base de cal regulam umidade e evitam mofo, prolongando a vida útil dos edifícios.

Escalabilidade industrial e rastreabilidade da cadeia

O investimento será aplicado na instalação de fábricas modulares, que aceleram a montagem e mantêm padrão de qualidade.

Cada planta usará sistemas digitais de rastreabilidade, conectando diretamente o cultivo de cânhamo à produção, o que fortalece a transparência e facilita auditorias de sustentabilidade.

Para garantir fornecimento consistente, a Adaptavate estreitou parcerias com cooperativas agrícolas, pagando preços justos a produtores locais.

Essa integração “farm-to-factory” cria uma economia rural circular, gera empregos verdes e fortalece a resiliência da cadeia.

Impacto econômico e climático

A adoção em larga escala desses materiais bio-based pode reduzir em até 30 % a conta de energia dos ocupantes — reflexo da alta inércia térmica que minimiza picos de calor e frio.

Além disso, o setor passa a contar com uma rota clara para atingir metas de net zero antes de 2030, em consonância com regulações mais rígidas na UE e no Reino Unido.

Em termos de mercado, espera-se que a oferta competitiva de blocos de cânhamo e cal estimule incorporadores a repensar orçamentos e cronogramas, migrando parte dos recursos antes destinados a climatização e manutenção para novos projetos.

Desafios e a frente de P&D

Apesar do otimismo, existem obstáculos: ampliar a produção de cânhamo em escala industrial ainda depende de mudanças na legislação agrícola em alguns países, e a aceitação técnica por arquitetos e engenheiros exige capacitação.

A Adaptavate, por sua vez, investe em centros de demonstração e programas de treinamento, convidando parceiros de projeto para testar protótipos in loco.

No laboratório, o time de P&D explora compósitos com biochar e argilas alternativas, além de automação por robótica e impressão 3D de painéis, buscando novas fronteiras de desempenho e sustentabilidade.

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