Não é novidade que a cadeia da construção vive um momento de reinvenção. Por aqui, temos trazido provocações constantes a respeito disso, especialmente nas últimas três semanas, onde já refletimos sobre os impactos da digitalização da construção para a retomada do setor (#7), sobre horizontes para a construção modular aliada a tecnologias emergentes (#6) e também sobre o polêmico fechamento da Katerra (#8). Sugiro fortemente as leituras.
Dito isso, dias atrás algumas notícias reforçaram o posicionamento da Terracotta sobre esses temas, principalmente o da tecnologia guiando a redução de burocracias e custos associados não só à construção, mas também a aquisição de imóveis. Vamos a fundo nisso?
Na semana passada, a Netspaces apresentou a primeira propriedade digital do Brasil, com registro em blockchain. O fato, além de abrir os horizontes para uma tecnologia pouco explorada no setor, reforça ainda mais a preocupação do mercado com a redução de burocracias presentes no processo de aquisição de um imóvel.
No exterior, soluções nesse sentido já têm conquistado a confiança de investidores, que apostam em negócios como o da Flyhomes, que levantou $150MI em rodada series C recentemente e permite aos usuários comprar e se mudar para uma nova casa antes mesmo de terminar de vender a atual.
A ideia de transações com uso de blockchain também apresenta uma maior maturidade lá fora, com a Quara sendo pioneira no uso de ativos digitais no mercado imobiliário e já permitindo aos seus clientes usar a tecnologia para investir em imóveis, que no novo formato passa a ser mais rápido e seguro.
Vemos, também, fundos imobiliários como a Amro Partners criando um braço de VC para investir em protechs como a Coadjute, que conecta partes interessadas em meio a uma transação imobiliária e agiliza todo o processo através de… isso mesmo, blockchain:
Mas em meio a todo este buzz, o mais importante é entendermos a proposta central da tecnologia blockchain aplicada ao setor imobiliário: trazer mais transparência e segurança em um mercado confuso e burocrático.
Com os custos da construção civil em alta crescente, o setor tem percebido cada vez mais valor na digitalização de processos como um meio para aumentar produtividade e obter economia em suas operações.
Tal valor é perceptível quando observamos, por exemplo, a Tiger Global investindo $30MI na Briq, startup que visa a redução de custos com processos financeiros através de sua plataforma de planejamento e automação. E em estágio mais inicial, vemos também a Extracker captando $5.3MI em series A e crescendo com proposta semelhante.
Aliado a isso, a industrialização da construção é outro meio que ajuda no aumento de produtividade do setor, pauta de matéria recente do InfoMoney com participação da Terracotta, onde pudemos reforçar nosso posicionamento sobre o polêmico fechamento da Katerra e mostrar os horizontes que a construção modular ainda tem a explorar no Brasil e no mundo.
Inclusive, ‘ampliar a adoção de software para somente depois suportar plataformas mais complexas’ é um debate que volta com força devido ao assunto da Katerra:
No mais, uma última necessidade do setor em meio a crise é o investimento em diferentes materiais de construção, mais baratos e com viés sustentável. A Urbem, aqui no Brasil, aposta na produção em larga escala de madeira engenheirada, já prevendo forte parceria com a Noah para a construção de prédios em módulos pré-fabricados com este material.
Tendências guiadas por startups como a Legaut e a Briq podem parecer “menos atrativas” do que as outras citadas aqui, representadas por complexas plataformas de intermediação ou industrialização.
Por isso, digitalizar transações imobiliárias e automatizar o planejamento de obras deve abrir espaço para novos e mais disruptivos modelos de negócios, que irão se complementar para oferecer a cereja do bolo do ecossistema de investimentos em construtechs e proptechs.
Caso queira entender um pouco melhor como pretendemos investir neste ecossistema e conhecer de perto o nosso veículo de investimentos, fique a vontade para nos contatar 👇