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As imobiliárias digitais vão dominar o mundo

Terracotta News #14

27 de julho de 2021

Você já deve estar cansado(a) de ler e ouvir a respeito do quanto a pandemia mudou o ambiente de negócios, mas não pode negar que que o mercado imobiliário tem sido um caso interessantíssimo de se analisar, visto o poder de adaptação que demonstrou ter.

Em um momento em que o setor se viu impedido de manter o processo convencional de compra e venda de imóveis, práticas como atendimento virtual, realidade aumentada, imagens 360º e processos burocráticos sendo realizados inteiramente no meio digital se tornaram cada vez mais frequentes. O resultado? Um crescimento surpreendente logo nos primeiros meses de 2021 - não ignorando os demais fatores envolvidos nisso, claro -  conforme traz o levantamento da Abrainc:

E era evidente que o boom também se refletiria no ecossistema de proptechs, que soube aproveitar muito bem a oportunidade e catalisar o crescimento de negócios como QuintoAndar e Loft, unicórnios cujas trajetórias servem de exemplo para as novas gerações, mas que ainda assim representam somente as primeiras ondas dessa transformação.

Assim, nessa semana irei buscar discutir as oportunidades que ainda existem dentro desse universo, o que se comprova através de notícias recentes que comento logo abaixo. Boa leitura!

Na semana passada, notícias em diversos cantos do mundo nos mostraram um movimento quase programado de proptechs em diversos estágios de crescimento e com um objetivo em comum: melhorar a experiência de quem deseja vender ou comprar um imóvel por meio de tecnologia.

Primeiro, um destaque nacional

Começando pelo Brasil, ficamos sabendo dos R$ 110M captados pela EmCasa, startup que aposta em tecnologia proprietária para facilitar a aquisição de imóveis, invertendo o processo de venda e fazendo o corretor trabalhar em função dele, enquanto aplica tecnologia em pontos-chave do processo para reduzir fricção.

Em suma, essa prática possibilita que os “corretores” - ou especialistas de vendas - da EmCasa tenham uma curva de aprendizado menor, chegando no nível de produtividade dos melhores do mercado em menos tempo.

E para nós da Terracotta, em especial, a notícia é energizante. Há cerca de 2 anos, apostamos no modelo da EmCasa quando a empresa ainda estava em fases iniciais, mas já demonstrando grande capacidade de entrega. Dito isso, ver a garantia de uma rodada series B apoiada por nomes de peso como a Globo Ventures - que já havia apostado no mercado imobiliário investindo no Grupo Zap - nos mostra que tomamos a decisão certa.

Se quiser conhecer mais sobre a empresa e seus planos de crescimento com o novo investimento, acesse a matéria completa do InfoMoney clicando aqui. E caso tenha interesse em ficar por dentro de investimentos atuais do nosso veículo, entre em contato.

Europa, África, Ásia e América do Sul: do seed ao IPO

Para além das fronteiras, nos últimos dias também pudemos observar o crescimento de modelos análogos em diversas regiões do mundo. No Cairo, por exemplo, a Nawy acaba de levantar um investimento semente de sete dígitos, o que irá ajudar a reforçar a sua tecnologia, que hoje facilita a jornada do usuário por meio de pesquisas elaboradas, com critérios personalizáveis que dão autonomia para o cliente tomar a melhor decisão, amparada também por um braço de corretagem da empresa - que tem zero custo adicional -.

Viajando alguns milhares de quilômetros, vemos também a Tiko, startup turca que levantou $ 65M em um financiamento series A, novo recorde do país. A empresa consegue reduzir o tempo de conclusão de uma venda de meses para semanas, utilizando Big Data para avaliar e fazer ofertas em até 24h sem precisar de visitas. O financiamento será usado para expandir suas atividades para Portugal, além de consolidar sua operação na Turquia e Madrid.

E avançando um pouco mais de estágio, temos a canadense Properly - cuja solução permite aos compradores comprar uma nova casa antes mesmo de listar sua propriedade atual no mercado - garantindo um series B no valor de $ 44M para impulsionar a sua expansão de Toronto para o restante do país. Já em rodada series C e com um modelo alternativo e focado na venda de imóveis datados ou danificados, vale destacar também a estadunidense Sundae, que captou $ 80M em uma rodada com participação da Fifth Wall.

Por fim, em estágios finais, a PropertyGuru tem evoluído em acordos para abrir capital na bolsa de Nova York por meio de uma SPAC. A proptech é líder do setor no sudeste asiático, onde pôde desenvolver um grande portal de pesquisa imobiliária online, com cerca de 49 mil compradores ativos na região. A empresa será listada em US 1,8 bilhão após fusão com a Bridgetown Holdings, de Richard Li e Peter Thiel.

Acredito que já tenha percebido, mas a inovação dentro deste mercado segue em ondas:

  1. Em um primeiro nível vem a consolidação/digitalização de mercados antes desagregados, o que gera volume em unidades e transações;
  2. Com isso, permite-se que uma segunda onda surja, agregando serviços como financiamento;
  3. E por fim, uma terceira onda de especialização surge, com startups focando em subsegmentos que, com a agregação, tornam-se mercados amplos o suficiente para gerar negócios significativos, em estágios finais de crescimento.

No Brasil, apesar de tanto buzz em cima dos aportes em startup do setor, estamos ainda na primeira onda. O modelo ganha notoriedade na medida em que as empresas evoluem em estágio de crescimento, mas é fundamental que observemos o exterior. Assim, notamos o tamanho do caminho que ainda há pela frente.

Se quiser entender melhor como selecionamos as melhores startups para o nosso portfólio, conhecer nosso veículo de investimentos e participar conosco desta transformação como investidor(a), fale conosco! Te explicarei todos os benefícios e condições para participar de um próximo closing.