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Robótica, realidade aumentada e inteligência artificial na construção

Terracotta News #10

23 de junho de 2021

Construction robotics, Cloud, A.I, A.R… como esses termos se relacionam? Na semana passada, introduzimos um debate interessante acerca dos investimentos em tecnologias cada vez mais ousadas para a cadeia da construção.

Mas antes de responder a pergunta acima, quero trazer um assunto recente e que tem sinergia com o tema: a MetaProp acabou de fechar um closing de U$ 100M, mais que o dobro de seu fundo anterior, para investir em proptechs early-stage:

Isso é relevante porque a Metaprop foi uma das principais inspirações para criarmos a Terracotta, especialmente por conta de suas premissas:

  • Ser especialista quando assunto é construtech e proptech;
  • Ter proximidade com os maiores players da cadeia da construção;
  • E gerar valor aos investidores com inteligência competitiva e deal flow, além do retorno sobre investimento.

Seguindo este mesmo modelo no Brasil, o nosso veículo permanece avançando. Agora em julho, fecharemos 30M captados enquanto concluímos a due dilligence de nossos primeiros investimentos. Dica: são em áreas que já comentei nesta newsletter.

Caso queira entender nossa visão de longo prazo para o ecossistema de construtechs e proptechs no Brasil, ficar por dentro da nossa estratégia de investimento ou mesmo avaliar participação como investidor, basta retornar o e-mail ou me contatar diretamente via whatsapp.

Agora, retomando o assunto inicial, quero trazer um pouco da minha visão sobre como a indústria da construção tem respondido à chegada de tecnologias cada vez mais disruptivas - mas que às vezes estão em estágios muito iniciais. Boa leitura!

Criado para designar startups e/ ou ecossistemas que se propõem a utilizar tecnologias complexas e com maior potencial de geração de impacto, o termo hardtech ajuda a conectar alguns temas já discutidos por aqui. Estamos falando de tecnologias avançadas, como robôs, realidade virtual/aumentada e inteligência artificial.

Se por um lado são transformadoras, por outro não há um caminho bem desenhado e os desafios são bem mais complexos, indo desde o alto investimento inicial necessário para o negócio existir e fortes barreiras logísticas para a geração de escala, até ambientes regulatórios fortes  - comumente presentes em segmentos com esse tipo de solução.

Assim, fica até fácil de entender os investimentos em startups como a Dusty, cujo primeiro produto foi um robô que imprime plantas no chão de canteiros de obras e recentemente levantou $ 16M em rodada series A. Na mesma linha, a Canvas - startup que já captou mais de $ 40M desde sua fundação em 2017 - utiliza um robô para realizar acabamento e colagem de drywall, reduzindo drasticamente o tempo envolvido no processo.

Não obstante a isso, com fins de reduzir até 11% do custo envolvido em um projeto de construção, a XYZ Reality levantou 20M de euros para melhorar a sua tecnologia de realidade aumentada que projeta a obra através de hologramas 3D. Objetivo similar também tem sido buscado pela Mooven, que aposta no uso inteligente de dados de tráfego para economizar tempo em projetos de infraestrutura urbana. O negócio acabou de captar $ 5M em series A.

No mais, visando reduzir erros no canteiro de obras através de escaneamento com lasers e inteligência artificial, a Avvir levantou recentemente $ 10M, sendo avaliada em $ 40M. A rodada teve, inclusive, participação da MetaProp, que mencionamos lá em cima:

Coincidência? Acho que não.

O assunto hardtech, apesar de chamar atenção, não é novidade. Desde 2007, startups como a Construction Robotics têm buscado escala no uso de robôs na indústria da construção. Além disso, realidade aumentada e inteligência artificial sempre foram visualizados como meios para garantir maior qualidade à obra. 

Mesmo assim, eu reitero: não podemos ignorar os desafios tecnológicos e de mercado para adoção, sendo o primeiro passo a consolidação das plataformas SaaS de gestão dos canteiros. Com o controle digital das informações, não há dúvida de que teremos as hardtechs como boas apostas em uma próxima onda de inovação do setor, possivelmente em 3-4 anos.

No mais, reforço outra vez o convite para quem busca entender nossa visão de longo prazo para este ecossistema. Vivemos um momento único, no qual estamos bem posicionados. Se tem interesse em participar mais ativamente disso, não hesite em nos contatar 👇