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Qual panorama da inovação nas empresas da construção?

9 de julho de 2020

Em 2016 quando comecei a estudar negócios inovadores do setor de construção e mercado imobiliário, as únicas fontes de informação disponíveis eram referentes ao mercado americano, europeu e algo pontual sobre o asiático.

O tempo passou, e desde então o progresso no ecossistema de inovação em Construtechs e Proptechs foi imenso.

Esse mês lançamos em parceria com a Deloitte e a Terracotta Ventures o estudo Construção do Amanhã, uma pesquisa realizada com empresas de diferentes segmentos da cadeia, envolvendo todas regiões do país, e buscando levantar mais informações sobre qual a realidade das iniciativas de inovação das empresas do setor.

Nesse artigo destaquei alguns dos principais elementos demonstrados na pesquisa.

28% das empresas demonstram intenção de investir em startups

No mundo inteiro a atividade de corporate venture capital (empresas investindo em startups) tem crescido e ganhado maior relevância.

Mas por que uma empresa busca investir em uma startup? A resposta varia em função contexto estratégico de cada companhia, mas a motivação principal é conseguir participar de negócios que podem ser grandes oportunidades ou ameaças a companhia no futuro.

Por isso 28% das empresas participantes da pesquisa indicam estarem realizando iniciativas de investimento.

O que teria sido da Blockbuster se tivesse aceito investir no Netflix, ou quanto a Telefonica teria ganho se investido no Whatsapp, ou mesmo talvez estaríamos ainda usando o Yahoo se ele tivesse aceito investir no Google.

Investir em negócios inovadores muitas vezes é uma estratégia não apenas de inovação mas de sobrevivência.

Apenas 20% das empresas possuem políticas de recompensas a inovação

Todos querem inovar, mas conseguir ter sucesso em suas iniciativas é o grande desafio de todos. A pesquisa mostrou que em 20% dos entrevistados há algum tipo de política de recompensas para incentivar profissionais da organização a contribuírem com iniciativas que possam gerar valor direto a empresa.

Por outro lado, ver que ainda 80% das empresas ainda não possuem alguma política nessa direção demonstra que há muito ainda a amadurecer no tema inovação.

Quando falamos em recompensa não necessariamente você precisa "dar dinheiro" a um colaborar para ele contribuir com uma ideia. Mas mais do que isso é entender que reforçar comportamentos positivos e valorizar as pessoas que contribuem para evolução do negócio é essencial em uma estratégia de inovação, e muitas vezes a recompensa pode se demonstrar por meio de patrocínio a uma viagem, contratação de um curso, ou mesmo liberar o colaborador para dedicar parte do seu dia a desenvolver o próprio projeto que propôs.

41% das empresas entrevistadas alocaram mais de 1% do faturamento em iniciativas de inovação.

Os americanos costumam dizer que "não existe almoço grátis". A frase vale para o contexto de inovação.

Entre as empresas entrevistadas cerca de 41% apontaram investir mais de 1% do seu faturamento anual em iniciativas de inovação.

Entender que é necessário investir para poder colher frutos parece óbvio mas muitas empresas ainda possuem dificuldade com esse conceito básico. Em 36% dos casos nenhum budget é alocado para inovação na empresa.

Esse é sempre um tema que gera discussão em toda organização, sempre alguém levanta a dúvida "será que deveríamos gastar com isso nesse momento?".

Enquanto se enxerga inovação como uma despesa apenas, maior será a dificuldade em obter sucesso nas iniciativas, o olhar deve ser como investimento, e da mesma forma buscar mensurar resultados claro e qual retorno esperado com a iniciativa, o que tornam as decisões mais lógicas e eficazes.

Quais principais tipos de estratégias de inovação? 

Na pesquisa, dividimos dez tipos de estratégias de inovação em agrupamentos envolvendo Configuração do Negócio, Experiência do cliente e Oferta de Serviço.

Os entrevistados indicaram que em 61% dos casos a busca por inovação é voltada a melhorar os processos internos agregando soluções que tornem a empresa mais competitiva.

Outra estratégia comum é a busca por inovação em produto, empresas que focam em conseguir evoluir sua oferta de produto se diferenciando em característica e/ou qualidade.

Por fim, a terceira estratégia mais adotada é voltada a oferta de serviços. Especialmente em alguns subsegmentos dessa indústria conseguir agregar valor ao cliente por meio de serviço é fundamental para o momento em que estamos vivendo, a era da experiência exigirá das empresas se preocuparem muito mais com a jornada do cliente.

No futuro inovação será commodity

Há muita gente que fala que no futuro a inovação será commodity, uma vez que não será um diferencial da empresa, mas apenas um das várias disciplinas fundamentais para manter a competitividade da companhia.

A pesquisa Construção do Amanhã demonstra que estamos claramente seguindo nessa direção. Hoje as principais empresas do setor, nos mais variados mercados regionais do Brasil possuem algum tipo de iniciativa de inovação.

Aquilo que no passado era um diferencial, hoje passa a ser parte do jogo obrigatório de quem quer se dar bem na indústria da construção e mercado imobiliário.

Sua preocupação com a concorrência se tornou mais complexa, pois agora novas ofertas podem surgir de todos os lados o que podem ser ameaças mas também grandes oportunidades que você pode aproveitar.

Quer conhecer mais sobre a realidade de inovação no setor? Baixe o relatório completo nesse link.

Bruno Loreto - Managing Partner