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O panorama completo de inovação em construção modular off-site

Conheça o report de construção modular da Terracotta Ventures

15 de dezembro de 2020

Sendo uma empresa de venture capital voltada exclusivamente à cadeia da construção civil e mercado imobiliário, uma das atividades principais da Terracotta Ventures é estar constantemente estudando e ganhando profundidade sobre diferentes teses do setor.

Esses estudos, por sua vez, geram conteúdos ricos que buscamos compartilhar com o mercado. Um exemplo é o Mapa das Construtechs e Proptechs, que já está em sua oitava edição e você pode baixá-lo aqui.

E agora, trazendo um conteúdo mais denso, gostaríamos de te apresentar o report de construção modular, um estudo competo do panorama de inovação que envolve esse tipo de tecnologia e as startups que tem se destacado em sua aplicação.

Acesso o material completo aqui.

Por que escolhemos Construção Modular?

A construção civil é um dos setores mais importantes da economia, no Brasil, por exemplo, já chegou a representar 7% do PIB (produto interno bruto) do país. Entretanto, a maneira de construir continua a mesma há muito tempo, enquanto a complexidade dos projetos só tende a aumentar.

Essa configuração dá origem a um sério problema de produtividade, que é muito bem ilustrado no gráfico desenvolvido pelo BEA (Bureau of Economic Analysis) que compara a evolução da construção entre os anos de 1950 a 2012 com outros setores nos Estados Unidos. Ao passo que a manufatura aumentou sua eficiência em cerca de 9x no período, a produtividade da construção ficou estagnada, apresentando até uma perda de eficiência.

Assim sendo, a industrialização da construção se apresenta como uma solução com enorme potencial para diminuir esse gap de produtividade. A construção modular, por exemplo, consegue ser até 50% mais rápida que a tradicional e até 4x mais produtiva.

Além da produtividade, a construção civil tem um peso muito relevante na questão ambiental, sendo atualmente responsável por 21% das emissões globais de gás carbônico (CO2). O desperdício de materiais em obras também desperta um alerta, podendo chegar a 8% de acordo com um estudo da USP.

Já a construção modular tem o potencial para reduzir o desperdício para menos de 2%, além de utilizar materiais mais sustentáveis como o aço e a madeira.

Esse ganho em sustentabilidade chama ainda mais a atenção pelo aumento da relevância de critérios ESG (boas práticas ambientais, sociais e de governança) como guia de investimentos. Entre 2010 e 2018, os investimentos com esse foco cresceram de US$ 3 trilhões para US$ 12 trilhões, mostrando que há uma demanda crescente do mercado e portanto uma oportunidade para soluções alinhadas com essa política.

77 construtechs com foco em construção modular receberam investimentos desde 2010 

Identificamos que, desde 2010, 77 startups de construção modular receberam investimento. No total, foram 130 rodadas que movimentaram mais de US$ 2,29 bilhões.

O gráfico abaixo traz como essas rodadas aconteceram ao longo dos anos. Fica nítido que tivemos um aumento significativo no número de aportes nesse tipo de startup a partir de 2015, impulsionado também pelo crescente interesse do mercado por empresas de tecnologias para a construção.

A empresa que mais levantou capital foi a Katerra, investida pelo Softbank, fundo de investimento que já fez aportes significativos em outras construtechs e proptechs, como a rede de hotéis Oyo e a rede de coworkings WeWork, levantou cerca de US$ 1,3 bilhões, se tornando o primeiro “unicórnio” (startups que valem mais de US$ 1 bilhão) do segmento.

Interessante que no ranking de empresas que mais receberam investimentos, as startups brasileiras, Brasil ao Cubo e Tecverde aparecem em 19º e 20º lugar respectivamente, mostrando o tamanho da oportunidade para tecnologia no país.

Empresas grandes também tem investido em construtechs de construção modular

O potencial da construção modular tem atraído a atenção de investidores importantes, como bancos e fundos de investimento, empresas de venture capital, grandes empresas de tecnologia e grandes empresas tradicionais.

Por exemplo, em 2018, o fundo de investimentos da Amazon, o Amazon Alexa Fund, participou da rodada Series A de US$ 5,1 milhões da startup Plant Prefab. Já neste ano, em novembro, a startup Factory OS captou US$ 55 milhões em um Series B que teve participação de grandes nomes, como Google, Facebook, Autodesk, Citi Group e Morgan Stanley.

Um outro caso interessante foi o investimento do Founders Fund na Cover Technologies. O Founders Fund é um fundo de venture capital muito respeitado por ter investido nas empresas mais inovadoras do mundo. No seu portfólio estão nomes como o Facebook, Airbnb, Space X, Spotify e Nubank.

A participação dessas empresas mostra como a tese de construção modular tem se tornado cada vez mais atraente aos olhos dos investidores por atacar um mercado gigante, que é o de construção civil, que tem um sério problema de produtividade, acessibilidade econômica e uma experiência ruim associada ao processo de construção.

E as construtechs brasileiras?

O Brasil tem um alto déficit habitacional, com uma demanda anual de cerca de 1 milhão de moradias que não consegue ser suprida mesmo com os programas habitacionais como o Minha Casa, Minha Vida ou o atual Casa Verde e Amarela. Como resultado, esse déficit segue crescendo como mostra o gráfico abaixo.

Além disso, o problema de produtividade abordado anteriormente é ainda pior no Brasil potencializado pelo baixo índice em relação a países desenvolvidos. Isso resulta no chamado duplo gap de produtividade.

Diante disso, a Terracotta Ventures acredita que uma grande parte da resolução desses problemas passa pela maior adoção de componentes industrializados em nossas obras.

Ao todo, já temos pelo menos 55 construtechs com foco em construção modular ativas no Brasil

No Brasil, mapeamos 55 startups. Analisando o estágio de desenvolvimento dessas empresas, notamos que a maioria está em early stage, indicando que o mercado está nos ciclos iniciais de desenvolvimento e tem muito a crescer nos próximos anos.

Em relação a distribuição geográfica, São Paulo aparece como principal polo de startups de construção modular, com 21 iniciativas, equivalente a 38,2% do total. Em segundo lugar aparece o Rio Grande do Sul com 8 negócios e, empatados em terceiro, estão os estados de Minas Gerais e Paraná com 6 startups cada.

Tendência para a construção modular no Brasil

Uma das tendências que identificamos para a construção modular é o apoio de grandes players tanto para o desenvolvimento da cadeia de suprimentos quanto para a quebra de preconceitos culturais.

Recentemente vimos a Tenda anunciando que está fazendo seus primeiros testes em empreendimentos com Wood Frame, uma estratégia que pode aumentar o potencial de atuação da empresa em mais de 4x.

Já a Gerdau fez um aporte de R$ 60 milhões na Brasil ao Cubo, ajudando a desenvolver o segmento justamente com o material que dominam.

Por fim: um mercado em ascensão que e que devemos nos manter atentos

A estagnação dos níveis de produtividade da construção civil, somado a necessidade de metodologias construtivas mais sustentáveis e que proporcionem um ambiente de trabalho menos desgastante e mais seguro, são alguns dos fatores pelos quais acreditamos no potencial de desenvolvimento da construção modular no Brasil.

No Brasil, já temos cases de sucesso de startups que vêm revolucionando o setor, como é o caso da Tecverde e da Brasil ao Cubo. Entretanto, acreditamos que esse movimento está somente no início e que teremos novos grandes cases surgindo ao longo dos próximos anos.

Se você tem interesse em investir e estar conectado a empresas de construção modular, nos chame para conversar. Estamos diariamente em contato com o ecossistema de inovação da construção e podemos ajudá-lo a atingir seus objetivos.

Quer conhecer melhor o panorama de inovação da construção modular e as principais tendências para o Brasil?