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Mapa das Construtechs e Proptechs Brasil 2023: um horizonte promissor

10 de maio de 2023

O setor de construção civil e mercado imobiliário está passando por um processo de transformação com o surgimento das construtechs e proptechs.

A Terracotta Ventures, principal empresa de venture capital na América Latina focada no setor, monitora esse ecossistema há quase uma década e, neste artigo, apresentamos o panorama das construtechs e proptechs no Brasil em 2023. Vamos lá?

A crescente adesão de tecnologia no setor da construção civil e mercado imobiliário

A transformação tecnológica segue impactando todos os setores da economia, e o ramo da construção civil e mercado imobiliário não foge à regra. As construtechs e proptechs vêm conquistando espaço no Brasil, impulsionando o ambiente empreendedor e proporcionando aprimoramento nos processos, bem como entregando soluções mais eficazes e inovadoras ao mercado.

Sobre a Terracotta Ventures

A Terracotta Ventures é a principal empresa de venture capital na América Latina, dedicada a investir em negócios digitais no setor de construção e mercado imobiliário. Para empreendedores, oferecemos não apenas capital, mas também conhecimento especializado do setor e uma extensa rede de conexões para impulsionar seus negócios.

Já para os investidores, proporcionamos a oportunidade de participar dos negócios mais inovadores do segmento, contando com o apoio de uma empresa profissional e especializada. Além disso, possibilitamos a obtenção de retorno financeiro enquanto oferecemos acesso a uma plataforma de inteligência para acompanhar as principais inovações do setor.

E para empresários donos de empresas do setor construtivo e mercado imobiliário, a Terracotta Ventures atua como um guia, facilitando o entendimento das tendências e inovações do setor, e auxiliando na identificação de soluções que possam trazer vantagens competitivas aos seus negócios.

Em síntese, a Terracotta oferece capital, conhecimento do setor e uma ampla rede de conexões para alavancar o empreendimento dos empresários, além de oportunidades de investimento nos negócios mais inovadores do segmento para os investidores e empresas do setor, que contam com o suporte de uma companhia profissional e especializada.

O que são construtechs e proptechs?

As construtechs e proptechs são dois modelos de negócio relacionados ao setor imobiliário e de construção, mas que possuem objetivos diferentes.

Construtechs

As construtechs são startups que desenvolvem soluções tecnológicas para aprimorar a construção civil. Elas buscam otimizar processos, reduzir custos e aumentar a eficiência da construção de imóveis, como casas, edifícios e infraestrutura. Algumas das soluções oferecidas pelas construtechs incluem softwares de gestão de obras, plataformas de comparação de preços de materiais, equipamentos de automação e robótica, entre outros.

Proptechs

Já as proptechs são startups que utilizam a tecnologia para inovar no mercado imobiliário, buscando tornar a compra, venda e aluguel de imóveis mais ágeis, transparentes e acessíveis. Elas atuam em diferentes áreas, como a oferta de plataformas online de aluguel e compra de imóveis, a criação de aplicativos de gestão de imóveis, a oferta de soluções para financiamento imobiliário, entre outras.

Estamos há quase uma década monitorando esse ecossistema

Nosso time acompanha mais de 1.000 startups ao redor do mundo, buscando os modelos mais disruptivos de proptechs e construtechs. Fazemos isso há quase uma década e todos os anos lançamos o nosso Mapa de Startups, cuja quantidade de empresas mapeadas só cresce.

O Mapa das Construtechs e Proptechs: acompanhando o crescimento do setor

Um dos projetos mais expressivos da Terracotta Ventures é o Mapa de Construtechs e Proptechs, iniciativa que nasceu em 2017 e se tornou a maior cobertura do ecossistema de startups do segmento no Brasil.

O projeto monitora negócios de todo o país que oferecem soluções com valor agregado ao longo de toda a jornada do ativo imobiliário, fomentando ainda mais o empreendedorismo e a inovação no setor.

Para acessar a versão 2023 do mapa, clique no botão abaixo:

Trata-se de um guia para entender como a inovação no setor está organizada e conhecer as soluções que possam trazer alguma vantagem competitiva para os seus negócios.

Critérios de seleção do mapa

Para serem selecionadas e ingressarem no Mapa, as startups devem atender a três critérios: gerar valor para algum segmento dentro da cadeia da construção ou mercado imobiliário, ter menos de 150 colaboradores e no máximo 15 anos de fundação.

Expansão e amadurecimento do setor de construtechs e proptechs

O ecossistema de Construtechs e Proptechs está passando por um processo de amadurecimento notável. O número de startups mapeadas na edição de 2023 do Mapa de Construtechs e Proptechs cresceu 11,8% em relação ao ano anterior, atingindo um total de 1068 empresas. Esse aumento representa quase três vezes o número de startups mapeadas há sete anos.

Além disso, há uma estabilização no ritmo de crescimento de novas empresas nos últimos anos, indicando que o ecossistema está atingindo um nível maior de maturidade. Essa consolidação é um indicativo positivo para o mercado, pois evidencia a presença de startups mais sólidas, com maior capacidade de entrega de valor e de transformação do setor imobiliário e de construção civil. O futuro é promissor e abre portas para novas oportunidades e soluções inovadoras.

Outro indicador que aponta para um ecossistema empreendedor mais maduro é a significativa redução na taxa de mortalidade de startups em 2022, com apenas 5,2% das empresas fechando as portas. Esse resultado é menos da metade das taxas de mortalidade registradas nas últimas duas edições da pesquisa, que foram de 11,9% e 13,7%, respectivamente.

Distribuição regional das startups e crescimento em regiões menos representadas

A distribuição das startups regionalmente ainda é bastante concentrada, 88,5% dos negócios estão no Sul ou Sudeste, com destaque para São Paulo (44,8%), Santa Catarina (12%) e Paraná (9,5%) compondo o TOP3 dos estados mais representativos.

Contudo, o ritmo de crescimento das regiões Nordeste (17,8%) e Centro-Oeste (13,9%) é superior à média nacional, demonstrando uma tendência de maior capilarização do ecossistema.

Com o aumento de startups fora das regiões mais tradicionais, há uma expectativa de que o país possa se tornar um polo de inovação e empreendedorismo ainda mais forte e diversificado.

Setores mais representativos e crescimento por segmento

No mapa, os segmentos mais expressivos são Propriedade em Uso e Aquisição, cujo crescimento de startups ativas relacionadas se mantém em ritmo acelerado.

Propriedade Em Uso abrange soluções voltadas para o gerenciamento e a operação de imóveis após sua construção e entrega. Essas soluções visam otimizar a experiência dos usuários e proprietários, reduzir custos, aumentar a eficiência e melhorar a sustentabilidade dos imóveis em uso. As soluções podem incluir a gestão de condomínios, a manutenção predial, a gestão de recursos energéticos, a segurança e a automação, entre outras.

E Aquisição, por sua vez, trata-se de soluções que facilitam e melhoram o processo de compra e venda de propriedades. Isso pode incluir plataformas digitais de intermediação, serviços de avaliação e análise de crédito, e soluções financeiras que ajudam a viabilizar a aquisição, como financiamentos e consórcios imobiliários. As soluções neste setor visam tornar a aquisição de imóveis mais acessível, eficiente e transparente para compradores e vendedores.

Ao analisar os macrogrupos de soluções, notamos uma predominância de soluções voltadas para condomínios, com 120 startups e um aumento de quase 30%.

Os grupos que se destacam são os de comodidade, com 11 novos registros, e sustentabilidade, com 8 novos registros. O TOP5 dos macrogrupos abrange: Gestão de Obras (59), Intermediação Digital (51), Captação de Recursos (51) e Compartilhamento de Espaços (35).

Vale ressaltar que os macrogrupos de captação de recursos e métodos construtivos também apresentaram um crescimento expressivo, em torno de 30%.

Investimentos em Construtechs e Proptechs early-stage segue acelerando

Apesar do “inverno de startups”, o cenário de investimentos para as construtechs e proptechs em fases iniciais continua promissor. Em 2022, o volume investido nessas empresas teve um aumento de 24,4% em relação ao ano anterior, totalizando R$789 milhões em investimentos.

Com a escassez de “mega rounds” o cenário geral, contudo, tem sido mais desafiador. O volume total investido teve uma redução de 56%, passando de R$5,83 bilhões em 2021 para cerca de R$2,55 bilhões em 2022. Além disso, o número de rodadas de investimento também diminuiu, com apenas 46 registradas em 2022, representando uma queda de aproximadamente 30% em relação ao ano anterior.

Essa redução nos investimentos é resultado de uma série de fatores, como a instabilidade econômica do país, a crise política e a pandemia de COVID-19, que ainda impacta negativamente diversos setores. Ainda que a situação atual possa ser vista como um desafio para as startups em busca de investimento, é importante manter uma visão realista e estar preparado para enfrentar os obstáculos do mercado.

Os maiores investimentos no setor em 2022

Os maiores aportes no setor em 2022 foram:

  1. Creditas: U$ 260 MI
  2. Brasil ao Cubo: U$ 13,85 MI (R$74 MI)
  3. CondoConta: U$ 10,5 MI
  4. Rede Vistorias: U$ 6,7 MI (R$35,6 MI)
  5. Sooper: U$ 5,9 MI (R$32 MI)I

Destaca-se o papel significativo desempenhado pela Terracotta Ventures no mercado de investimentos em construtechs e proptechs em fase inicial no Brasil, com participação de 40% das 10 maiores rodadas de investimento nesta categoria.

Para 2023, a Terracotta está projetando até oito novos investimentos em startups de construtechs e proptechs para completar o portfólio do fundo Warriors I até o final do ano.

O veículo de investimento, que visa investir em empresas com soluções inovadoras e escaláveis em diferentes etapas da cadeia da construção e imobiliária, já contabiliza nove investidas e três investimentos aprovados.

Além disso, a empresa está lançando um próximo veículo de investimentos em parceria com o GRI Club, que deve levantar cerca de R$ 300 milhões até 2025 para investimentos em startups.

O que esperar no mercado de venture capital na construção civil e mercado imobiliário em 2023?

Atualmente, o setor de construção e mercado imobiliário enfrenta diversos desafios, impulsionando a busca por soluções inovadoras que atendam a diversas necessidades e tendências emergentes. Neste contexto, algumas áreas de destaque incluem soluções voltadas para a redução de custos, otimização comercial e de vendas, inovações financeiras no setor imobiliário e práticas de ESG (Ambiental, Social e Governança).

Soluções voltadas para a redução de custos

Num cenário de instabilidade econômica, as soluções tecnológicas capazes de gerar redução de custos se fortalecem no mercado. Os custos com materiais de construção tiveram recentemente um aumento significativo e qualquer solução que represente economia nas construções será bem-vinda.

Soluções de otimização comercial e de vendas

Neste ano, vimos no mercado de incorporação, por exemplo, uma retração no volume de novos lançamentos imobiliários e de receita. Isso floresce dores que antes o mercado não estava tão atento: volta-se a se falar de aumento na possibilidade de distrato (do contrato) e de desafios de otimizar os processos de venda.

Soluções financeiras para o setor imobiliário

Chamadas de “real estate fintechs”, as empresas de tecnologia que atuam nesse nicho de mercado permanecem em alta, especialmente diante de um cenário de maior restrição de crédito. Ter uma boa tese de negócio que alie os setores financeiros e imobiliários é um diferencial, porque são setores que lidam com muito capital e ainda existe pouca eficiência quando conectados.

Soluções voltadas ao ESG

Os negócios que impactam positivamente na questão climática, sociais e de governança corporativa estão em alta, porque as atividades relacionadas à construção civil representam cerca de 40% do total de emissões de carbono no mundo. Isso coloca o mercado imobiliário no centro da discussão de estratégias que reduzam os impactos ambientais.

Conclusão: um horizonte promissor

O mapa de Construtechs e Proptechs Brasil 2023 apresenta um horizonte promissor para o setor imobiliário e da construção civil. Com o amadurecimento do ecossistema e o aumento dos investimentos, especialmente em startups em fases iniciais, podemos esperar um futuro de inovações e transformações significativas no mercado.

A Terracotta Ventures continua desempenhando um papel fundamental no desenvolvimento desse ecossistema, fomentando o empreendedorismo e investindo em soluções inovadoras e escaláveis.

Com um cenário promissor, o Brasil tem potencial para se tornar um polo de inovação e empreendedorismo ainda mais forte e diversificado no setor imobiliário e da construção civil.